Sem câmbio e sem suspensão, o que o piloto pode fazer para ter um diferencial no acerto do kart?
Sérgio Jimenez: “Olá Alexandre, muito interessante sua pergunta! Não tendo suspensão e amortecedor, o kart fica muito sensível a cada mudança. Duas coisas são muito importantes no acerto: o eixo traseiro e a posição do banco. Parece que não, mas a posição do banco muda completamente o balanço e as reações do kart. Meio centímetro, seja em relação ao eixo (medido do começo dele até o começo do banco em cima), ou à perna (distância até a frente do chassi) pode dar mais frente, tração, empurrar de frente ou grudar muito a traseira.
O eixo também é importantíssimo. Temos hoje eixos que variam sua dureza de 60 (mole) até 103 (duro) HRB. A cada ponto, o kart muda. Normalmente trabalhamos em uma faixa de variação de sete pontos para não ficarmos loucos. Mas em casos em que voce quer tirar o “fino” e trocar o eixo para uma bateria final, arriscamos trocar em menor escala. Diversos materiais são usados nos eixos: aço, ferro, aço cromo-niquel-molibdênio, aco cromo-tungstênio e outros. Eles podem ser mudados de acordo com o tempo do eixo dentro do forno. Com isso, a dureza e a forma como ele trabalha variam. Eixos de titânio são proibidos, pois são muito leves. A nova moda na Europa sao os com componentes de fibra de carbono, o mesmo material dos cockpits dos carros de corrida!
E temos os cubos onde as rodas são apoiadas. Grandes, médios, pequenos… De magnésio, alumínio, com varios desenhos… Temos desenhos de rodas de magnésio diferentes. Até uma simples borracha colocada na barra que apoia o banco do kart faz a diferenca na hora que em você corre atrás daquele décimo de segundo… Enfim, o kart parece um monte de ferro soldado, mas é uma engenhoca tão grande quanto qualquer outro carro de corrida, principalmente por não ter amortecedor e suspensão. Então, qualquer “borrachinha” faz diferença.
Espero ter ajudado e mostrado o quão legal é o kart!”
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